Justiça dá razão a Paulo Ricardo e determina o fim do RPM



Por Rota Araguaia em 05/06/2024 às 13:55 hs

Justiça dá razão a Paulo Ricardo e determina o fim do RPM
Reprodução

Redação

A Justiça paulista proibiu o guitarrista Fernando Deluqui, único remanescente da formação original do RPM, de utilizar a marca da icônica banda de rock nacional dos anos 80. A decisão atende a um pedido do vocalista Paulo Ricardo, que deixou a banda em 2017 e segue em carreira solo.

Processo e Alegações

Paulo Ricardo entrou com um processo no ano passado contra Deluqui e os novos integrantes da banda - Dioy Pallone, Kiko Zara e Gus Martins - alegando que a formação atual do RPM é uma "banda cover". "Muitos fãs e consumidores acabam por ser enganados", afirmou o vocalista à Justiça. "Acreditam adquirir ingressos e produtos do RPM quando, na verdade, é de outra banda." Paulo Ricardo destacou que sua intenção é proteger a memória e o legado do RPM, "que faz parte da história de tantas pessoas".

Decisão Judicial

A juíza Luciana Alves de Oliveira deu razão a Paulo Ricardo, determinando que a atual formação da banda não pode usar o nome RPM. Em sua sentença, ela afirmou que a banda está "absolutamente desfigurada" e que isso resulta em uma clara desvalorização da marca. Citando as mortes do baterista Paulo Pagni (2019) e do tecladista Luiz Schiavon (2023), a juíza destacou que Deluqui só poderia usar a marca com a anuência de Paulo Ricardo e dos herdeiros dos músicos falecidos. Deluqui já recorreu da decisão.

Defesa de Deluqui

Fernando Deluqui argumentou à Justiça que, após várias idas e vindas do RPM, Paulo Ricardo foi excluído da banda por descumprir contratos e um acordo judicial com os demais integrantes. "A bem da verdade, Paulo Ricardo, desde a fundação da banda, sempre teve como foco principal o individualismo e sua carreira solo e nunca teve o mesmo espírito de grupo que os demais integrantes", afirmou Deluqui.

Documentação e Comparações

Deluqui mencionou um documento assinado em 2011 por todos os membros da banda, que assegura a continuidade do RPM mesmo com a saída, voluntária ou não, de qualquer integrante. Ele também enfatizou que a banda nunca enganou seu público, pois sempre deixa claro quem são os novos membros e não usa a imagem de Paulo Ricardo.

O guitarrista comparou a situação do RPM com outras bandas, como Barão Vermelho e Deep Purple, que continuaram suas atividades com mudanças em suas formações originais. "Alteração na formação de bandas de rock, nacionais ou internacionais, é algo muito corriqueiro e, por óbvio, as bandas prosseguem com suas atividades e com os nomes pelos quais são conhecidas, sem que isso possa representar qualquer conduta enganosa em relação a seus fãs e ao público em geral", declarou Deluqui.

História do RPM

Acrônimo de Revoluções por Minuto, o RPM fez seu primeiro show em 1984, na inauguração de um cineclube na Vila Madalena. Dois anos depois, o disco "Rádio Pirata Ao Vivo" vendeu 2,5 milhões de cópias, tornando-se o álbum de maior sucesso da história do rock nacional.



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